Raquel Ovelar Rodrigues
O chamamé chegou por essas bandas, diz a história, no final da guerra do Paraguai com imigrantes argentinos que vieram trabalhar nas fazendas de erva-mate do estado. De lá pra cá, o ritmo se incorporou á cultura local, ganhou roupagem pantaneira, foi cantado e tocado por diversos artistas locais, ao som do acordeon, bandoneon, violão e voz. Entrou nas pistas de danças dos bailes de fazenda, invadiu as festas da alta sociedade sul-mato-grossense, e hoje compõe em lugar de honra no patrimônio cultural do estado.
Ganhou adeptos, seguidores apaixonados do estilo, que a todo ano viajam para Corrientes, Argentina, desfrutar do grande festival do MERCOSUL de chamamé. Lá também muitos músicos locais foram estudar e aperfeiçoar a sua execução, trazendo para o MS o requinte e a beleza do genuíno chamamé correntino, entre eles, Humberto Yule e Elinho do Bandoneon.
E foi lá que os idealizadores desse primeiro festival campo-grandense foram buscar a inspiração. Wilson Alves Taveira, e Taveira Júnior, amantes do estilo á muitos anos, juntaram forças e munidos da sua paixão pelo chamamé, conseguiram o aporte necessário para a realização do primeiro festival em terra morena.
Assim, já com data marcada para o início de dezembro, nessa semana deram o start para o que será um marco na cultura local. Grandes nomes como Dino Rocha, Maciel Correa, Gerson Douglas já confirmaram presença. Também contarão com representantes do Rio Grande do Sul, estado irmão na paixão e cultura chamamezeira. O violonista paraguaio Ismael Echague e o argentino Joselo Schuap também estarão abrilhantando esta que promete ser uma grande festa sul-americana em solo pantaneiro. Outros nomes ainda serão confirmados no decorrer do período.
Certamente será um evento imperdível, e que esperamos que nos próximos anos faça parte do calendário cultural da nossa cidade.
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